Avon traz centro de inovação global para o Brasil em busca de proximidade com o público brasileiro
A Avon, uma das maiores marcas de cosméticos do mundo, decidiu trazer seu centro de inovação global para o Brasil com o objetivo de se aproximar do público brasileiro. Essa é uma estratégia da marca para garantir que seus produtos cheguem mais rápido ao consumidor final e para criar produtos mais relevantes aos clientes daqui, de acordo com Daniel Silveira, vice-presidente de Marca, Marketing e Inovação para a América Latina da Avon.
Investimento estratégico
Segundo Silveira, a vinda do centro de inovação foi um dos maiores investimentos já feitos pela Avon. Embora não possa divulgar o valor exato, ele destaca a importância desse investimento no Brasil, que atualmente abriga o centro em Cajamar, cidade localizada em São Paulo.
O centro de inovação conta com cerca de 150 profissionais especializados, incluindo pesquisadores, PhDs, formuladores e funcionários focados em logística de pesquisa e desenvolvimento, bem como em testes de eficácia e qualidade dos produtos.
Diversidade como motivação
Um dos principais motivos que levaram a Avon a trazer o centro de inovação para o Brasil foi a diversidade do país. A variedade de climas, hábitos de consumo, tipos de pele e cabelo cria um cenário fértil para o desenvolvimento de produtos e inovação, de acordo com Silveira.
Produtos feitos localmente
O centro de inovação ainda está em fase de implementação, mas já está produzindo alguns produtos da Avon. No entanto, devido ao processo de desenvolvimento, esses produtos podem demorar alguns meses para chegar ao consumidor final.
Entre as inovações que ainda serão implementadas no espaço está uma máquina que simula a exposição solar para testes de produtos. Além disso, haverá uma planta piloto em Cajamar para a produção de maquiagem. Essa planta será utilizada para testar a comportamento dos produtos em uma fábrica convencional e também poderá ser usada para fabricar lotes menores.
Sinergia com a Natura
A Natura concluiu a compra da Avon em janeiro de 2020 e, desde então, as duas empresas compartilham o mesmo centro de inovação em Cajamar. Apesar disso, cada marca continua mantendo suas estratégias separadas de pesquisa, desenvolvimento e inovação, compartilhando conhecimentos, infraestrutura e tecnologias.
Com a chegada do centro de inovação, a Avon e a Natura buscam consolidar Cajamar como o "Vale do Silício" da indústria cosmética, potencializando a colaboração entre as duas marcas.
Foco em maquiagem e produtos de rosto
Para o ano de 2024, a Avon tem como prioridade as categorias de maquiagem e produtos de rosto. A marca pretende investir em mais produtos de skincare, principalmente na linha Renew, uma das mais famosas da empresa, além de maquiagens com benefícios para a pele, conhecidas como "tratamake".
Um exemplo disso é o princípio ativo exclusivo da Avon chamado protinol, lançado em 2020. Essa tecnologia de ponta trabalha no colágeno da pele e será ainda mais utilizada ao longo do ano para torná-la mais conhecida pelos consumidores.
Desafios para 2024
O cenário político-econômico da América Latina se apresenta como um dos principais desafios para a Avon. Silveira destaca a importância de enfrentar as pressões de custos para manter o posicionamento da marca e garantir lucratividade.
Além disso, a integração entre a Natura e a Avon ainda demanda esforços para ser completamente estabilizada. A empresa enxerga esse processo como uma oportunidade de crescimento, mas é necessário entender e alinhar as operações combinadas de ambas as marcas.
Opinião do mercado sobre a integração da Natura e Avon
De acordo com Danniela Eiger, head de varejo na XP Investimentos, as marcas Natura e Avon são complementares e a integração entre elas desbloqueia o potencial das duas. No entanto, a Avon ainda precisa fazer uma mudança de mindset tanto pelos consumidores quanto pelas consultoras.
A pandemia também impactou o cronograma inicial de integração entre as marcas, mas espera-se que a empresa consiga solucionar os problemas logísticos e esteja "limpa de ruídos" no segundo semestre deste ano.
A venda da The Body Shop foi vista como positiva pela analista Geórgia Jorge, do BB Investimentos, pois permite ao Grupo Natura&Co concentrar-se em rentabilizar a operação da Avon.
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